Image by Ali Brohi via Flickr
António Campos
Passadas cerca de três décadas, o que se verifica é que o prolongamento da estadia
não só não trouxe a esperada integração, como os problemas inicialmente colocados
foram transmitidos pelos primeiros imigrantes às gerações seguintes, já nascidas
nas sociedades receptoras. Tomou-se, assim, evidente que o que estava em causa não eram só questões provisórias de integração e de assimilação. Deixa-se de falar apenas de imigrantes e imigração e começa a utilizar-se conceitos como minorias étnicas ou etnicidade para designar um campo de análise que vai integrar os mais variados aspectos do percurso duradouro dessas pessoas e dos seus descendentes nas sociedades de acolhimento (...).
Com efeito, podemos dizer que a etnicidade é tanto mais forte quanto maiores são os
contrastes das minorias com as populações das sociedades receptoras num conjunto
de dimensões sociais e culturais. Nas primeiras podemos incluir a localização residencial, a estrutura etária e sexual, os níveis de escolaridade e a composição de classe; as segundas compreendem as diferenças no plano religioso, linguístico,
racial, matrimonial e dos modos de vida.
João Ferreira de Almeida,(adaptado)
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