sábado, 23 de maio de 2009

Os jovens nos tempos de hoje

Os jovensImage by Tiago Celestino via Flickr

Write text here...



António Campos


Cada vez mais nos dias que correm, apercebemo-nos da importância da educação que damos aos nossos filhos. Eles que são os jovens de hoje e tornar-se-ão nos adultos de amanhã. São eles que irão determinar os dias num futuro próximo e serão eles os educadores de nossos netos. Isto faz-me pensar seriamente nos valores que se têm perdido ao longo de gerações, muito provocado pela evolução dos tempos que correm rapidamente.

Vemo-los crescer e adquirir um carácter próprio, assim como hábitos por vezes pouco aceitáveis e controversos. Cada vez adquirindo mais liberdade de movimentos, mesadas que os permitem irem além do que se pretende, que os possibilitam frequentar lugares e adquirir produtos não muito recomendáveis, tais como doses elevadas de bebidas alcoólicas e estupefacientes.

E cada vez mais se vêm jovens, cada vez mais jovens, a iniciar uma vida de noitadas, povoando os diversos locais nocturnos abertos até às tantas da madrugada. Dando precocemente inicio a uma vida sexual activa, sem a preocupação e o cuidado cada vez mais indispensável e necessário.

E mesmo que os pais mais atentos imponham certas regras e limites, a revolta faz-se ouvir, porque os colegas e amigos não possuem a obrigação de respeitar essas mesmas regras e limites. A tudo se quer ter acesso, e tudo se quer experimentar vivendo com o tipo de pensamento presente “ Se os outros podem, porque não posso eu também!?”

Muitos sãos os pais que desconhecem os locais frequentados pelos seus filhos, desconhecem as companhias, desconhecem os vícios, e estes últimos infelizmente, são cada vez mais usuais nos jovens de hoje.

Sabemos que em todas as gerações anteriores, também existiu a necessidade de liberdade, de espaço, de provocar controvérsia, de afirmação, de expressão, de revolta. Mas, hoje os instrumentos que se encontram à disposição com aquisição facilitada são muito mais diversificados assim como perigosos.

Muitos jovens perdem-se pelo caminho, que supostamente deveria de ser saudável e seguro. Uns porque sua mente susceptível à fraqueza se deixa tentar por influências externas fragilizadas, outros porque não possuem o apoio e atenção necessários.

Embora muitas vezes isto não aconteça por passividade dos pais, mas por imposição da sociedade em que vivemos, fazendo com que pais e mães tenham de se ausentar de casa cada vez mais horas e dias seguidos, obrigados a prescindir da companhia dos filhos, para que consigam dar-lhes minimamente uma vida condigna, ou pelo menos aquilo que nos dias de hoje adoptamos como vida condigna nesta sociedade tremendamente consumista e material, onde o estritamente necessário já não é suficiente para que a maioria se sinta grata, mas sim, causa frequente de estados alterados de stress.

Cada vez mais se torna necessário reencontrar um equilíbrio, readquirir valores!

Cada vez mais se torna imperativo que os jovens adquiram consciência de que não são as bebidas alcoólicas ou os estupefacientes que lhes dão liberdade, porque essa liberdade não passa de uma simples sensação tão momentânea quanto passageira. Não é real. A única realidade são o desconforto da ressaca, a dor provocada pela ansiedade da necessidade de satisfazer o vicio que se gera e ganha vida própria, exigindo ser alimentado. Será a isto que chamam liberdade? Ou será antes a verdadeira clausura total?

Será a isto que chamam alegria de viver? Ou será isto apenas um embuste que afasta os nossos jovens da verdadeira alegria de viver?

Os jovens devem viver as suas próprias vidas. Devem ter as suas próprias experiências. Só assim crescerão interiormente. Mas, estará a maioria a ser preparada e adequadamente consciencializada para os desafios desta sociedade moderna?

Que os pais possam empreender uma viagem ao mais profundo de seu ser, perscrutando bem no fundo de suas consciências onde ficaram os verdadeiros valores dos laços familiares. E que, deixando-se guiar pelo amor possam ajudar não só os seus próprios filhos, mas também, os colegas e amigos dos seus filhos a vislumbrar um rumo, não impondo, mas aconselhando. Não exigindo, mas amando. Não criticando, mas ajudando.

Hoje em dia a maioria dos jovens já mal consegue viver a juventude em pleno, experimentando a alegria de se ser e sentir jovem.

Que o amor e a paz possam invadir, inundando completamente todos os lares e famílias, permitindo que todos os nossos jovens possam crescer física e mentalmente saudáveis

Que a vontade política dos nossos governantes e responsáveis públicos, seja efectiva no sentido de, compreendendo verdadeiramente os jovens, contribuir para a sua integração nesta sociedade moderna, complexa, tecnológica, informatizada mas também destruidora dos valores essenciais da vida social, que, a pouco e pouco se vão diluindo e desaparecendo, nestas novas relações sociais materializadas e distanciadas.

Que haja lucidez para a aproximação aos jovens, a sua ajuda, o seu apoio, a sua compreensão e perceber que eles também nos vão ensinando, que eles são naturalmente inovadores e que, o nosso passado de jovens não pode ser comparado de forma ligeira, ao que os jovens hoje estão a viver. Há que dar espaço mas vigiando, há que estar atento mas à distância. Não podemos impedir que os nossos filhos vivam, mas temos de ajudá-los a encontrar os seus caminhos. Temos de encontrar o tempo e o espaço necessários para estar com os jovens…







Reblog this post [with Zemanta]

Sem comentários:

Enviar um comentário