…ensaio destemido….mas necessário….para pais e avós…
Quem lê os meus textos sabe bem que tenho arremetido contra um facto
sexual, punido por lei, o abuso sexual de menores por parte de adultos que
apenas procuram o seu bem-estar sexual e emotivo, violando crianças que nem têm
desenvolvimento emotivo nem intelectual para entender o que acontece. Apenas
sofrem fisicamente no minuto do facto, desenvolvendo, emotivamente uma
desconfiança nos adultos que não conhecem. Acaba por ter uma vida adulta dura,
triste, desconfiada, como tenho analisado em outros textos sobre a pedofilia.
Após ter revisto a minha própria produção sobre o agir pedófilo, após rever as
provas que tenho, concluí que o abuso de menores é um crime que merece prisão
para quem o comete, e atenção psicológica para quem o sofre. No meu livro Yo,
Maria delTotoral, publicado no Chile pela Editora da Universidade Autónoma
de Chile, 2008, e em Portugal por Estrolabio, 2011, reparei que é um facto que
acontece ao longo de muitos anos e nunca tinha sido considerado lesivo nem
criminoso. No caso da rapariga abusada em Maria delTotoral, acaba por viver uma
vida de vergonha, especialmente porque, quem abusa dela é o irmão da sua mãe,
com o saber e consentimento dela. Não apenas esse saber, como a punição da
rapariga se não faz o que a sua mãe manda.
Parece-me haver dois delitos que encurralam a vida da rapariga: o incesto intermediado pela mãe; e o incesto consanguíneo no facto da pedofilia. Aliás, toda a pedofilia que acontece entre parentes, leva consigo esse outro delito, finamente punido pela lei de 2009. O Promotor Carlos Fuentes, comenta para o caso do Brasil: Actualmente se observa, através dos indicadores oficiais e da média, um expressivo aumento nos casos de crimes ligados à pedofilia, não porque estejam necessariamente ocorrendo em maior número, mas principalmente porque as campanhas de esclarecimento (v. g. a campanha “Proteja”, do Governo do Estado de Minas Gerais, a campanha “Todos contra a Pedofilia”, da CPI da Pedofilia, entre outras…) têm obtido bons resultados em conscientizar a população da gravidade de tais delitos, e da necessidade da apuração e do atendimento das vítimas.
O Hospital Pérola Byington, de São Paulo/SP, que é o maior centro de atendimento de vítimas de violência sexual da América Latina, apresenta-nos algumas estatísticas que revelam o aumento significativo dos atendimentos relativos a caso de violência sexual contra crianças e adolescentes. De acordo com Tatiana Hartz (Psicóloga e Bacharela em Direito, especializada no atendimento de vítimas de abuso sexual):
“A Pedofilia é a paralisia mais frequente e mais perturbadora do ponto de
vista humano. É um transtorno de personalidade, consequentemente um transtorno
mental que se caracteriza pela preferência em realizar, activamente ou na
fantasia, práticas sexuais com crianças ou adolescentes. Pode ser homossexual,
heterossexual ou bissexual, ocorrendo no interior da família e conhecidos ou entre
estranhos. A pedofilia pode incluir apenas, brincar jogos sexuais com crianças
(observar ou despir a criança ou despir-se na frente dela), a masturbação,
aliciamento ou a relação sexual completa ou incompleta. Embora a pedofilia seja
uma patologia, o pedófilo tem consciência do que faz, sendo a prática do abuso
sexual fonte de prazer e não de sofrimento. São pessoas que vivem uma vida
normal, têm uma profissão normal, são cidadãos acima de qualquer suspeita,
famoso “gente boa”, é mais provável um pedófilo ter um ar “normal” do que um ar
“anormal”, escrito na Revista editada pelo Hospital Pérola de Byinton, Minais
Gerais.
Esta é a primeira abordagem que faço sobre os midia, a Internet e os pacotes que a Internet desenvolve, como as páginas do Facebook, Linkedin e Sónico que reproduzem fotos, mensagens, cartas emotivas e convénios entre as pessoas para se encontrarem, formas de se comunicar. Parece-me a melhor forma de procurar companhia, entre as quais intimidades. Não apenas por causa de amizade entre adultos, mas também como a exibição do corpo de rapazes e raparigas.
Sem dúvida que existem estas páginas para trocar ideias, histórias, mas
principalmente intimidades amorosas. Aliás, na Bélgica foi descoberta uma rede
de pedofilia, disfarçada de férias de crianças, organizadas por grupos
benfeitores, como sacerdotes, grupos católicos, até ao dia que, ao se saber no
Vaticano, Ratzinger teve que intervir e chamar a atenção sobre o facto. A rede
passava por Portugal: na sua visita diplomata ao nosso país, Bento XVI teve que
intervir, encontrar-se com sacerdotes de várias ordens, para por a casa
em ordem: a pedofilia era uma doença infecciosa entre os Padres e os estudantes
mais novos dos internatos que eles regiam. Para imaginar o que acontecia, é
suficiente ver o filme de Pedro Almodóvar, de 2004.
Raul
Iturra
Julho 2011
do, Aventar
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