sexta-feira, 16 de abril de 2010

A China muda a geopolítica de tudo

The Great Wall of ChinaImage by Steve Webel via Flickr


António Campos

Constantemente vemos opiniões sobre as grandes mudanças que a China vem desenvolvendo no cenário internacional, principalmente sobre a óptica geopolítica que estabelece conceitos de poder e equilíbrio de atitudes e actividades sobre o conceito de condicionantes de política externa e necessidades de negócios internacionais.
Recentemente a China ficou configurada como a grande transformadora da geopolítica do petróleo no sistema internacional. Sua produção interna e suas necessidades reais de energia levam a um novo posicionamento de poder e controle. As perspectivas de comércio e inserção da China em mercados como América Latina, África e até mesmo Oriente Médio são latentes, e com três grandes finalidades, aproveitamento da capacidade fornecedora destes locais para as questões de energia, stock de alimentos e inserção de produtos chineses (de forma legal e ilegal).
Por exemplo, recentemente a Arábia Saudita investiu mais de 60 bilhões de dólares em um novo campo de extracção com capacidade de produção de 1,3 milhão de barris diários para atender especificamente a China e a Índia, considerando que boa parte fica para os nossos amigos chineses.
O governo angolano em pronunciamentos oficiais ampliou os laços diplomáticos e de negócios com a China, inclusive para consolidar o fornecimento de petróleo para Ásia e ao mesmo tempo abrir mais portas de comércio de produtos chineses em terras africanas.
Por sinal, a África de uma forma geral tem mudado sua cara, pois cada vez mais em suas cidades os chineses são mais vistos, principalmente em tarefas que os africanos ainda não tem mão-de-obra qualificada, como por exemplo construção civil. Tudo em troca e protecção do fornecimento de petróleo e manutenção dos contratos de compra de produtos chineses.
Os Estados Unidos perderam um pouco da hegemonia e do controle geopolítico, e não pela questão militar, mas sim por causa do controle geopolítico do petróleo, e como o grande estratega americano, Michael Porter dizia, eles perderam o poder de negocial com os fornecedores, e a China neste ponto avançou pesadamente. Sua capacidade de consumo sobressai qualquer aparato militar, e os novos direcionamentos do que vem a ser o novo imperialismo do futuro podem ter determinantes diferenciados, mas com o mesmo sentido, o poder sempre será estabelecido por um grande poder negocial. A China neste caso aproveita as novas mudanças geopolíticas, e aproveita para mexer com a história, ou melhor, fazer com que a mesma se repita, os grandes impérios um dia caem. E os Estados Unidos que se cuidem…

Fábio Pereira Ribeiro


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