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António Campos
O acolhimento, é a actividade mais
importante do amor.
(…) Falemos do comportamento mais comum e importante da vida: amar.
Se me importo por escrever sobre a ética
do amor, é porque amar tem as suas regras para respeitar. Amar tem uma ética.
Para começar, há vários tipos de amor, que passa pela capacidade de entrega a
outro sem condições nem solicitações ou o amor à Pátria, pela que se dá a vida,
o amor à terra em que se nasceu, o respeitar a família, amigos e vizinhos.
Todas estas variedades da palavra e acção
de amar, têm um conjunto de regras de conduta. Especialmente, se o objecto das
nossas quimeras é outro ser humano. Sentimento que se exprime no respeito às
suas formas de ser, na aceitação das suas raivas e das suas palavras de consolo
e de explicar o que aconteceu, quando a tormenta passa.
Nós, seres humanos, aceitamos todos estes
tipos de amor e pelo tempo que possam durar. Bem sabemos que na juventude o
amor é uma paixão incontrolável, que procura a satisfação da libido. Após essa
satisfação, se a paixão continua, passa de imediato à definição de amor. O amor
que perdura, o amor que se rende, o amor que tudo vê, ouve e cala se não for
conveniente.
Não falo de mim, falo de quem me apoia e
entende com paciência as dores da minha vida, as ausências, os caprichos, as
doenças que matam, as doenças curadas em meia hora. Ela sabe quem é. Mais nada digo, porém:
leva-me de carro, fixa a minha forma de escrita, leva-me praticamente nos seus
braços, corresponde à minha paixão sem ofensa nenhuma.
É para ela este texto de poucas e suaves
palavras, ditas já tarde na vida. Ela é o mármore que segura a minha vida,
aceita a minha ética, ainda que pareça que mais nada tem para fazer. Ama em
silêncio, não faz escândalos nem barulhos. O ideal que sempre procurei(…).
(adaptado)
Raul Iturra
Jan.2011
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