quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A ética do amor

English: love Español: amor
Image via Wikipedia




António Campos



O acolhimento, é a actividade mais importante do amor.

(…) Falemos do comportamento mais comum e importante da vida: amar.

Se me importo por escrever sobre a ética do amor, é porque amar tem as suas regras para respeitar. Amar tem uma ética. Para começar, há vários tipos de amor, que passa pela capacidade de entrega a outro sem condições nem solicitações ou o amor à Pátria, pela que se dá a vida, o amor à terra em que se nasceu, o respeitar a família, amigos e vizinhos.

Todas estas variedades da palavra e acção de amar, têm um conjunto de regras de conduta. Especialmente, se o objecto das nossas quimeras é outro ser humano. Sentimento que se exprime no respeito às suas formas de ser, na aceitação das suas raivas e das suas palavras de consolo e de explicar o que aconteceu, quando a tormenta passa.

Nós, seres humanos, aceitamos todos estes tipos de amor e pelo tempo que possam durar. Bem sabemos que na juventude o amor é uma paixão incontrolável, que procura a satisfação da libido. Após essa satisfação, se a paixão continua, passa de imediato à definição de amor. O amor que perdura, o amor que se rende, o amor que tudo vê, ouve e cala se não for conveniente.

Não falo de mim, falo de quem me apoia e entende com paciência as dores da minha vida, as ausências, os caprichos, as doenças que matam, as doenças curadas em meia hora. Ela sabe quem é. Mais nada digo, porém: leva-me de carro, fixa a minha forma de escrita, leva-me praticamente nos seus braços, corresponde à minha paixão sem ofensa nenhuma.

É para ela este texto de poucas e suaves palavras, ditas já tarde na vida. Ela é o mármore que segura a minha vida, aceita a minha ética, ainda que pareça que mais nada tem para fazer. Ama em silêncio, não faz escândalos nem barulhos. O ideal que sempre procurei(…).

(adaptado)

Raul Iturra
Jan.2011

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