sábado, 26 de junho de 2010

A crise europeia no seu labirinto

KKE MEETING AGAINST CRISISImage by KKE_pictures via Flickr


António Campos


A crise na Europa avança sem interrupção. O que parecia um sopro, quando da ajuda à Grécia e do escudo para a zona euro, foi apenas um suspiro. Nenhum país já se encontra fora, crescem as diferenças entre os líderes e o sonho da integração está, no mínimo, entre parênteses. Como imitar a expansão da mancha de óleo no Golfo do México e ameaça de praias e, por conseguinte, o turismo de negócios, a crise aprofunda-se e espalha-se rapidamente pela Europa. É difícil acreditar que a crise tão grande na região, que responde por 25 por cento da economia mundial, não replicar em outros lugares, como os E.U., China e Sudeste da Ásia ou América Latina.

O emaranhado de empréstimos
Quinze dias antes, nesta coluna, ressaltamos que a dívida pública europeia é agora 25 por cento superior ao que era em 2005 e que os empréstimos de milhões de euros eram provenientes de um país para outro numa verdadeira bagunça. Os países mais fracos são grandes devedores dos mais desenvolvidos da zona do euro. Graças a um relatório do Banco de Compensações Internacionais publicadas pelo The New York Times, agora sabemos mais detalhes destes fluxos de empréstimos, que deve jogar, apesar do tédio das figuras, porque elas permitem compreender porque o país da bancarrota iria arrastar os outros. (…) A dívida pública europeia está estimada na ordem de 8 bilhões de euros (pouco mais de 10 bilhões de dólares).Os principais credores, são a Alemanha, França e Grã-Bretanha. Entretanto, há estados que possuem essas dívidas, mas os bancos alemães, franceses e ingleses têm em suas carteiras títulos de 500.000, 400.000 e 350.000 milhões, respectivamente, emitidos por cinco países da periferia europeia.
Mas os fundos da ajuda para a Grécia e europeu Shield têm desde que os Estados (dinheiro público) a fim de ajudar outros Estados para que estes, por sua vez é pago para os bancos (private equity), os países fornecedores. Isto é como o derramamento de óleo que não se pode parar, mas continua existindo exploração marinha, aqui, não se consegue conter a crise, mas o processo ao longo do caminho que levou ao endividamento para salvar os bancos. Conclusão: enfrentar a dívida pública com mais dívida.

A corrida para a adaptação
Confrontado com este governação, sob pressão da Alemanha na BCE e do FMI, não encontraram melhor alternativa para baixar o enorme esforço que significa assumir as dívidas aos trabalhadores e todas as classes mais baixas. É o passo em frente para pagar o que resta das redes sociais herdadas do Welfare State. Assim, os 16 países que integram a Zona Euro foram empurrados para uma louca corrida para ajustar as suas contas públicas. Olhando para a frente sobre o equilíbrio fiscal tende a voltar ao topo da meta de 3% do défice fiscal imposto pelos acordos de Maastricht. Algumas estimativas indicam que o montante envolvido neste cenário é de cerca de 300 mil milhões de euros. No topo desses cortes está o Reino Unido com um défice de 12 por cento do seu PIB e deverá reduzir a despesa do estado de 106 mil milhões. É seguido pela França, o défice de 8 por cento, 90 bilhões devem ser cortados, em seguida, a Espanha, com o défice de 12 por cento, 67000000000, Itália, 9 por cento de défice, 38 000, a Grécia, o défice de 13 por cento, com 14 bilhões.
Já disse uma vez que a Comissão Europeia está disposta a controlar os orçamentos anuais dos países membros para que estes cortes sejam cumpridos. Os governos devem ter a aprovação do grupo de ministros, antes de apresentar propostas de orçamento ao Parlamento. Os países com o euro e soberania monetária tenham perdido os seus direitos, serão limitados agora a preparar os seus orçamentos de acordo com as necessidades e interesses de cada um deles. Paralelamente, a CE está mesmo a promover a criação de um Fundo de Falências preventiva, financiado pelos próprios bancos, confirmando assim que a crise da dívida não é evitada na Europa e ainda se espera pelas réplicas.
Subordinação política
Esta crise não recai apenas sobre os governos que estão a enfrentar crise social forte, mas também questões de autonomia nacional, e coloca em risco a dissolução do projeto político da integração dos mercados mais ambiciosos na história. Cada um dos maiores países da UE faz o seu próprio jogo e a política está subordinada aos interesses do capital financeiro. A Alemanha, que aderiu à UE com uma política orçamental rigorosa e a força da sua antiga moeda, o marco alemão, só concordou em financiar outros países porque o euro estava em perigo, mas é claro que enfatiza a estabilidade macroeconómica e a força da moeda comum a qualquer outra medida. A França, o principal motor da integração regional visa preservar a UE e o euro, mas está presa a uma contradição: não pode prescindir de sua aliança com a Alemanha, mas ao mesmo tempo não pode ser submetida a duras políticas fiscais à custa de uma crise social de grandes proporções. Por seu lado a Grã-Bretanha, um membro final da UE, que está fora do euro, precisa apoiar a sua antiga aliança com os E.U. (finalmente isso será o fiador da libra), mas o comércio deve continuar a ser a cabeça de ponte na Europa do império norte-americano.

As tempestades no horizonte
Mais uma vez exposta a falta de unidade política na UE, a unidade necessária para implementar um corte de impostos coordenados que parecem mais prático para controlar e prevenir a CE finalmente declaram que qualquer país não pode pagar a dívida. De acordo com o secretário-geral da Confederação Europeia de Sindicatos (CES) aprovou medidas de austeridade, reduzir o consumo e comprometendo o crescimento, o aumento do desemprego, afetando a capacidade produtiva e, em suma, as receitas fiscais deprimidas, o social afundou-se. Por outras palavras aprofundar a atual desaceleração da economia leva a uma recessão de longo prazo num horizonte de crise social e política na região. Em Espanha, a CGT convocou uma greve geral dos funcionários públicos e um dia luta este mês, e juntou-se a greves e manifestações que estão ocorrendo em Portugal, Itália e França. Entretanto a CES, constituída de 82 confederações sindicais nacionais que pertencem a um total de 36 países europeus, está a discutir esta semana, a possibilidade de uma greve geral na Europa.
A reação social é lenta, mas parece estar chegando. Disso depende o futuro de muitos...

La Haine
x Eduardo Lucita   
Traduzido e adaptado do espanhol

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