segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A decadência da ética

Q magazine Madonna Out side Rodrigo Sá praia B...Image by Rodrigo Sá via Flickr


António Campos

A evolução moral e ética do brasileiro apresenta-se com uma dinâmica assaz interessante, merecedora de estudo profundo por parte dos filósofos, pedagogos e outros profissionais dedicados às ciências humanas. Lembro-me que nos meus áureos tempos de juventude, ministrava-se nas escolas uma disciplina chamada Educação moral e Cívica, dando parâmetros positivos a serem seguidos pelos jovens alunos. Estávamos então, em plena ditadura militar, por volta dos anos 60.

Tínhamos grande respeito pelos nossos professores e acreditávamos que o nosso país a cada dia buscava desenvolver-se. Estávamos e estamos em um processo evolutivo em busca de nossa independência moral, cívica, social, económica e intelectual. Eram jovens com a consciência política em fase de desenvolvimento e buscavam realizar o sonho de ver o país livre do Governo de Excepção, para instalar a Democracia que é o Regime das consciências livres. Sabiam que os homens que dirigiam a política buscavam à sua maneira, o que achavam ser o melhor para o Brasil, um país com milhões de analfabetos.

A ética e a moral estavam fora de cogitações. Estamos no século XXI, quarenta e sete anos depois. O regime é o democrático onde temos liberdade de expressão. Temos o direito de fazer greves, de protestar contra o governo, reivindicar melhoras para a educação, saúde, segurança e etc. Elegemos os nossos governantes, porém, apesar de todo esse avanço há uma carência de moral e ética, principalmente dos políticos escolhidos por nós.

Abrimos diariamente os jornais e somos bombardeados com manchetes que envergonham qualquer cidadão de bem. São notícias que envolvem, não um "Zé ninguém", mais autoridades políticas que se aproveitam dos seus cargos para se locupletarem atendendo a seus apetites vorazes, gananciosos, egoístas e esquecem que estão ali representando o povo brasileiro e em seu nome governam.

São desvios de dinheiro, lobistas pagando contas particulares de senador; Presidente de Comissão de Ética respondendo inquérito por desvio de dinheiro; deputado sendo preso por formação de quadrilha; e pasmem os senhores, Ministro do Supremo Tribunal sendo acusado de receber propina para dar um parecer Jurídico, È vergonhoso! Humilhante!

Quando esperávamos desfrutar de um período em que o convívio humano tivesse como base a harmonia, o respeito, a probidade e a excelência da ética. Vemos justamente o contrário. As pessoas que representam a elite do nosso país, que têm fácil acesso a educação, aos avanços tecnológicos e aos melhores salários, são os primeiros a servirem de exemplo negativo. Pergunto, por que esse retrocesso ético? O que está nos levando a praticar actos contrários a linha de evolução ética que vínhamos trilhando?

Não poderá o mesmo perguntar-se em relação a Portugal?

Eduardo P. Almeida, 2007(adaptado)

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