«Madrinha, por favor deixe-me continuar a ser um bom pagador»
«O Governo do Sr. Tsipras já teve involuntariamente embora algo de bom para nós:
por causa dele, o Sr. Primeiro Ministro revelou anteontem, no telejornal da
hora do jantar, saber que a Grécia paga à União Europeia menos juros do
que Portugal, tendo prazos de pagamentos mais longos. Isto é: o Dr.
Passos Coelho revelou que já sabia que a Grécia tinha obtido da Srª Merkel melhores condições do que as obtiddas pelo seu governo. Revelou
por cima da burra, de passagem entre dois contos de fadas, e por isso
dispensou-nos por isso de pratica aquela sua qualidade que ele próprio
não se cansa de gabar: falar verdade; por isso, dispensou-se de nos
informar que afinal á sabia que a sua política de adular os nossos
credores tinha tido por resultado… que os nossos queridos credores já
(n)o(s) tinham começado a tratar pior do que aos gregos … antes mesmo da
vitória eleitoral do Syriza.
É gigantesca a diferença entre o que nós e os gregos pagamos aos nossos credores
: a Grécia paga em juros da dívida pública cerca de 2,5% do seu PIB e o
Portugal do Dr. Passos Coelho paga 5% do PIB, por uma dívida
proporcional e absolutamente menor. Era a tal vantagem que o Dr. Passos
Coelho a semana passada asseverou ser irrealizável pelos gregos e que
eles afinal já obtiveram – era o «conto de fadas», que o Dr. Coelho
atribuíu aos gregos e que eles, aliás, já reivindicaram, tendo explicado
ao nosso primeiro ministro nada terem contra as histórias de fadas:
elas dão esperança.
Atenção, prezado leitor: O Economista Português não está a jogar a feijões:
a vontade do Dr. Coelho ser bem visto pela Chancelarina Merkel custa ao
leitor 2,5% dos seus rendimentos –pois, se o Dr. coelho tivesse
defendido avisadamente os nossos interesses, pagaríamos
proporcionalmente o mesmo dos gregos. A grande diferença é o gregos quererem pagar ainda menos e o Dr. Passos Coelho querer pagar o dobro dos gregos,
ou ainda mais. Tudo para o nosso bem. Tudo devido à interpretação
pedestre de frases do tipo «as pessoas de bem pagam as suas dívidas».
Se o leitor quiser divertir-se (riso amargo) hoje, leia as falanges de porta-vozes governamentais
(ou escute-os nas televisões) a balbulciarem com ar douto que as contas
acima são falaciosas, nós é que estamos bem, coitados dos gregos.
Acredite se quiser. O Estado português é tão rico que paga aos seus
funcionários na Suiça abaixo do mínimo de sobrevivência naquele país.
Ah! E que diz a isto a oposição dinástica?[...]»
Ler na totalidade...
Sem comentários:
Enviar um comentário