sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O valor das coisas

ThingsImage by icedbuddha via Flickr



António Campos


Estou mudando de cidade e por isso tive de fazer uma limpeza geral na minha casa, preparando-me para desocupá-la. Como é estressante decidir o que vai e o que fica, o que vender, o que doar, o que pôr no lixo... Essa é a hora de decidir qual é o valor das coisas.

Algumas coisas estão velhas, desgastadas, quebradas, mas tudo isso parece converter-se em virtude, significando que as mudanças que sofreram as moldaram à nossa personalidade. Algumas são carregadas de história, de lembranças, e então parece impossível não mantê-las consigo.

Algumas coisas são úteis, outras são apenas belas. Mas aí é preciso pensar se serão úteis no novo lugar em que se vai viver. E as coisas belas, são belas em todos os lugares?

As coisas dizem quem nós somos, mas principalmente quem nós não somos, e esse também é seu valor. Compramos um violão ou uma bicicleta ergométrica na intensão de ir além do que somos cotidianamente. Às vezes vamos, às vezes não. As coisas retratam nossos fracassos e nossos sucessos. Quer conhecer alguém, conheça as suas coisas, mas para além de seu valor económico.

As coisas têm valor enquanto objetos de desejo. Há coisas que compramos pelo valor que adquirem por serem desejadas pelas outras pessoas. Mas quando precisamos decidir o que é realmente importante manter consigo, muitas vezes concluimos que nem sempre os objetos de desejo da grande massa são realmente importantes.

As coisas que preferimos jogar fora são normalmente as mais velhas. Por que estão gastas? Por que não servem mais? Nem sempre. Muitas vezes apenas porque são velhas.Tente vender um móvel usado e verá o valor do velho. A palavra “usado” quase que anula o valor dos bens de consumo. É como uma mácula, que adere mesmo ao mais bem cuidado dos objetos. O novo pode ser mais fraco, mais feio, mais simples, mas foi abençoado pela virtude da embalagem inviolada. Talvez por isso seja tão difícil cultivar o hábito do reutilizar e reciclar objeto, mesmo diante da crise ambiental que vivemos. A indústria é uma espécie de pia batismal, pela qual os objetos precisam passar para estarem puros ao ponto de poderem ser consumidos.

Mas uma grande alegria que vivemos ao desfazer-se das coisas que ou não queremos ou não podemos carregar ocorre no momento da doação. Muitas vezes temos apenas a intensão mesquinha de livrar-se daquilo que no final das contas se tornou um entulho. Não bastasse a realização desse objetivo, ainda somos brindados com o agradecimento sincero de alguém que se acha ajudado pelo nosso ato. Ainda bem que o que não tem valor para um, muitas vezes tem muito valor para outro.

Mas o mais curioso é aquela situação em que se põe o lixo na rua e rapidamente pessoas o reviram procurando por algo que tenha algum valor. Procuram valor onde não deveria mais haver valor. E encontram. Lembro-me de uma criança que ficou feliz ao encontrar algo, não sei exatamente o quê, que repidamente tomou por brinquedo. Deixando de lado a questão social que está em jogo, acho interessante pensar que o valor que damos aos objetos, que se concretiza em seu valor comercial, muitas vezes nos impede de pensar sobre qual é mesmo o valor de cada coisa para nós. Parece que o valor já está dado, é aquele mesmo da etiqueta. Mas o que vale cada coisa mesmo? Aquela criança não havia ainda aprendido que aquilo não valia nada.


Ediovani A. Gaboardi
Dez.2010


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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Novo Acordo Ortográfico - como ESPETAR a Língua Portuguesa

Leonardo Di CaprioImage via Wikipedia



António Campos


Em Portugal muitas idiotices acabam por ser impostas por via do hábito e da inércia, optando o cidadão comum tantas vezes por uma situação fatalista, encolhendo os ombros a mais uma nova regra ou lei que foi criada sem o ter em conta. Na verdade, chamar "cidadão" ao habitante de Portugal é geralmente um eufemismo, pois o nosso maior drama será precisamente essa de não termos a noção da nossa cidadania, dos direitos que ela envolve, mas também das responsabilidades que temos em intervir e questionar. Diz-se "Oh , em Portugal é mesmo assim, que se há-de fazer? É tudo uma malandragem a mandar em nós e só nos resta obedecer!". E vai o português e segue com a sua vida quase escravizada, entalado entre as dívidas ao banco e o trabalho precário, com um olho na "bola" (que, já a pensar na sua alienação, não "dá" apenas aos Domingos, como em tempos idos) e outro na telenovela formatada onde, ao contrário da realidade, as personagens vão conseguindo alterar os seus destinos até ao fiinal feliz.

Apesar de tudo isso, sou das pessoas que teimam em questionar o que não se quer contestado só porque "não há tempo a perder" na corrida desenfreada até ao famoso Abismo. E muitas vezes pequenos incidentes do quotidiano fazem-me pensar de novo no que está dado como facto consumado, embora num apenas leve esgravatar salte à vista a estupidez que fundamenta esse facto.

Vem isto a propósito do
 Novo Acordo Ortográfico (A.O.), agora dito em fase de experimentação em Portugal,mas, como vimos AQUI, já a ser imposto nas Escolas no próximo Ano lectivo.

Num inocente jornal publicitário e gratuito colocado nas caixas do correio pelo país fora, era salientada uma entrevista com o famoso Leonardo Di Caprio. Folheia-se o dito, distraidamente, passa-se os olhos pela entrevista à estrela cinematográfica e o que mais se destaca e fere a vista é desde logo a espantosa ortografia. Ou seja, no mesmo jornal misturam-se artigos ainda obedecendo à "antiga" ortografia com outros já na nova moda desventurosa e sinistra do novo A.O.. Como é o caso da referida entrevista.

Então vejamos. Já nos fazem estremecer palavras como
 "ator", "ação", "perspetiva" ou "caráter", mas que poderão vir a cair no tal hábito. Por outro lado, não se entende completamente a manutenção de termos como "impacto" (talvez para não julgarmos que se trataria de um antónimo de "pato"), visto que a presença do "c" neste caso nem ajuda a indicar a abertura da vogal (a palavra já é grave, quanto à acentuação), como no "antigo "ACTOR". E. aliás, a origem etimológica é a mesma... Mas é que é uma consoante que se lê, bláblá...(ai aqui já vale...)

Já termos como "
afetou" arrepiam ainda mais e nos levam a duvidar como a sua dicção/dição irá sobreviver. Porém o que mais ridículo surge é o termo "ESPETADOR", numa frase como " ...mas são as personagens que mantêm o ESPETADOR envolvido.". Fica a dúvida sobre que crueldade leva as ditas personagens a "espetar" e onde é que "envolvem" o dito "espetador"!

Consultando diversos dicionários mais ou menos "atualizados", a dúvida persiste. Uns dizem que o termo "
espetador" não existe, outros dizem que é o equivalente no Brasil a "espectador", mas tudo remete para esse "arcaico" termo "espectador", se por exemplo quisermos traduzir para outra Língua.

Também vemos que esta palavra foi precisamente uma das mais citadas em debate, aquando da
 polémica prévia ao assinar do A.O., nomeamente em jornais e na blogosfera, por linguistas, tradutores (por exemplo, Desidério Murcho) e outros especialistas. EM RESUMO: o novo AO permite ambas as grafias espectador/espetador, visto que os brasileiros assim grafaram erradamente por décadas. E a polémica é precisamente pelo que esta opção ambígua do "igual ao litro" deita por terra do famoso argumento de que só desapareceriam as consoantes que não eram PRONUNCIADAS, as chamadas consoantes mudas. O que não se passa, logicamente, com esta palavra ESPECTADOR, onde o "C" é bem "sonoro" e indica a abertura da vogal que a antecede.

É que os assassinos linguísticos que cozinharam este acordo (meramente político!) parecem esquecer que a ortografia
 não serve apenas para passar ao papel as palavras como são ditas, mas também, ao serem lidas, lembrar/ensinar a forma como DEVEM SER DITAS! Esquecem todas as crianças que ainda vão aprender a ler e para as quais os professores ficarão com menos apoios lógicos e linguísticos para explicar porque algo se diz de uma forma e não de outra. Esquecem todos aqueles milhões de estrangeiros que querem aprender Português e que assim ficarão com mais dúvidas e com mais um argumento para considerar difícil este idioma! Claro que, se aprenderem com um professor brasileiro, que os ensinará a simplesmente abrir TODAS as vogais, o caso estará resolvido (a não ser que tenham de fazer um exame de acesso à Universidade no Brasil, o famoso Vestibular, para o qual terão de empinar uma série de regras absurdas e de pesadelo , sobre a acentuação, para quem não sabe já acentuar graficamente as palavras...na escrita).Portugal pode ficar a "vê-los passar"....

Repito: Isto é um CRIME contra a língua Portuguesa e, como se vê pela pequena amostra do jornalito, já está a criar confusão, pois
 o novo AO já está a ser aplicado em palavras que estão, segundo este, isentas de serem sujeitas ao decepar de consoantes, pois simplesmente NÃO são mudas! E a regra de "nuns casos desaparece noutros aceita-se a dupla grafia" (tudo para não causar qualquer mossa ou adaptação à forma como os falantes brasileiros já escrevem!) está assim já começar a criar o caos, com uma ortografia que ignora o problema da aprendizagem da Língua, a pronúncia de uma boa parte dos falantes (em Portugal mas também na maioria dos PALOP) e as origens linguísticas que ajudavam a clarificar certas situações. Bem podem comparar com a arbitrariedade da Grafia do Inglês, mas com o mal dos outros podemos bem e não devemos esquecer que a nossa Língua não tem a divulgação comercial e planetária da Língua Inglesa e tem já bastante complexidade a nível da sintaxe, só por exemplo, para dar que fazer a quem a está a aprender como Língua estrangeira!
Por isso não duvidem: a
 Língua Portuguesa já está a ser devidamente ESPETADA e cozinhada no forno da estupidez dos burocratas e dos criminosos da Cultura!

(ADENDA:
Como mencionei em post anterior, sempre achei que deveria haver mais do que uma negociata por detrás desta pressa em impôr o novo AO. E não me enganava,até de forma mais lucrativa do que eu julgava. A verdade à tona vem....Mas como o texto já vai longo, deixarei isso para outra ocasião).

Alergia
Dez.2010



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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A Ditadura da Necessidade

A302 Victoria street, London. Near Victoria St...Image via Wikipedia



António Campos


Aqueles que agora invocam a necessidade foram os mesmos que a provocaram

Um velho provérbio lembra: a necessidade não precisa de lei. Foi em torno desta ideia fundamental, formulada inicialmente por teólogos e canonistas medievais, que se veio a estruturar a teorização de regimes autoritários e ditaduras. Os argumentos utilizados pela retórica política autoritária assentam no binómio necessidade e urgência. Actos administrativos ilegais e leis inconstitucionais sempre foram apresentados e justificados debaixo da ideia de que eram urgentes e necessários.

Outra máxima política dos tempos da monarquia absoluta era que as loucuras dos reis pagam os povos. Hoje, mesmo sem reis, continuam a ser os povos a pagar as loucuras dos governantes. Quando ainda ecoam as comemorações da República e a invocação da ética e do ethos republicano, fica claro que a retórica dos discursos comemorativos nada tem que ver com a prática política, nomeadamente a expropriação sem justa causa ou a nacionalização arbitrária dos rendimentos de tantos portugueses.

Estão em causa três exigências fundamentais da política e da ética democráticas: representação, diálogo, publicidade. Se os deputados representam o povo é debaixo da condição de respeitarem as promessas políticas que determinaram a sua eleição. Se os deputados não respeitam esse compromisso não são dignos desse nome. Como escreveu Norberto Bobbio, as promessas não cumpridas matam a democracia. A democracia é também diálogo. Contraposta à ideia de razão de Estado, que não pode ser negociada, a ideia de razão pública é que tem de existir debate, consenso social alargado nas questões fundamentais da coisa pública. Hoje regressa a política do segredo e da razão de Estado. Mas precisamente o que a opinião pública quer saber, precisa de saber e numa democracia tem o direito de saber é a razão de ser das medidas decretadas pelos políticos, em que estudos preparatórios se baseiam, que consequências foram medidas. O segredo domina, quando não sabemos o que levou o governo a mudar de ideias, dias passados sobre promessas e compromissos com negócios. A opinião pública gostaria de ter acesso às actas do Conselho de Ministros e aos documentos preparatórios do Orçamento do Estado.

A opinião pública gostaria que existisse um relatório público com os gastos com a nacionalização do BPN: se os contribuintes têm de pagar milhares de milhões de euros dos seus impostos e salários, isto significa que outras pessoas beneficiaram com esses milhões. Os representantes dos contribuintes têm o dever de se interessar por saber para que bolsos foram transferidos esses dinheiros. Ou os dinheiros das parcerias público-privadas. Ou dos estádios do Euro, entre tantos gastos sumptuários e desnecessários.

Os escândalos financeiros da Primeira República foram uma das principais causas do seu descrédito. E os da Terceira República? Denunciados por muitos, demonstrados pelo Tribunal de Contas em muitos casos não pode passar-se uma esponja sobre eles.

Ao mesmo tempo, uma imensa oligarquia beneficia da desestruturação do Estado. Aqueles que agora invocam a necessidade foram os mesmos que a provocaram. A ética republicana apregoada ontem deveria recordar que em nenhum caso pode um funcionário do Estado receber mais que o chefe de Estado. A redução dos salários excessivos é imperiosa, por uma questão de princípio e de justiça.

Chegamos assim a um ambiente geral de fim da República, assente nos escândalos financeiros, na falta de moralidade com os gastos públicos, na ausência de uma política de coesão social e regional, mas também na ausência de representação democrática. Quanto ao argumento invocado é o de que a ditadura da necessidade impõe estas soluções – e não quaisquer outras, a estudar e negociáveis – e, quando os políticos estão comprometidos com anos de governação que não evitaram chegar à solução da necessidade, o regime é afinal o da ditadura da necessidade.

Se não existe representação nem publicidade não vivemos numa democracia. Quando muito, recorrendo a uma velha intuição de Platão, vive-se numa teatrocracia, que utiliza a televisão e outros meios de comunicação para representar um papel – como no teatro os actores declamam e repetem um texto anterior. Ou numa oligarquia, em que um grupo restrito monopoliza o poder para seu benefício. Não se ouviu, aliás, proclamar que o povo tem de sofrer as dores dos seus governantes? Nem mesmo um nobre numa monarquia seria capaz de dizer semelhante absurdo.

A ditadura da necessidade é apenas um argumento utilizado para justificar a suspensão da democracia e do que ela implica: valores e princípios, discussão na esfera pública acerca das decisões políticas, consenso sobre os aspectos fundamentais da vida social.

Em democracia há sempre alternativas.

Pedro B. Homem de Melo
Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa


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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A chico-espertice entra na percepção da corrupção?

Corruption-NouakchottImage via Wikipedia



António Campos


A divulgação do Barómetro Global da Corrupção 2010, de que o DN dá conta, contendo conclusões que revelam terem os portugueses (83%) a percepção de que a corrupção aumentou desde 2007 e que os políticos são a classe mais corrupta de Portugal, pode ter muitas explicações de natureza científica ou técnica. Para tudo é possível encontrar uma explicação que tenha sentido.

Essa percepção não é nova e eu próprio estou convencido de que ela tem vindo a agravar-se sistematicamente e não apenas desde 2007. Vem de muito antes. Estaria mesmo tentado a dizer que desde finais dos anos 70 que a tendência verificada é sempre a mesma e só não o digo porque não possuo dados que me permitam afirmá-lo. Não será uma percepção, mas antes uma convicção.

Estudos e barómetros como aqueles que regularmente aparecem sobre o tema da corrupção se por um lado podem continuar a alertar-nos para a necessidade do Estado de Direito e das suas instituições travarem uma luta sem quartel contra a corrupção, ao mesmo tempo podem deixar nas pessoas que se apercebem dessas percepções e da evolução do barómetro uma tremenda sensação de impotência e de resignação que poderá levá-las a pensar que esse combate se torna mais difícil em cada dia que passa, levando-as a continuarem a condescender com o pequeno tráfico de influências, com a vulgar e portuguesíssima "cunha". Os tribunais têm também contribuído para o agravamento do sentimento de impunidade com algumas decisões que ofendem de forma gravosa e acintosa o sentimento jurídico dominante na comunidade e tudo isto concorre para o aumento do "bolo".

Acontece que esse sentimento de que os estudos dão conta continua a merecer condescência, quando não compreensão por parte dos agentes políticos, cuja tendência é muitas vezes para desvalorizarem os sinais, seja por razões de tacticismo político e eleitoral, seja porque eles próprios,  descrentes das virtudes do sistema embora não o possam dizer, temem o alarme social causado por uma valorização excessiva desses mesmos sinais.  Em qualquer um dos casos é, a meu ver, uma atitude errada e que merece ser criticada.

Há muito que defendo um maior vigor na taxação das sociedades "offshore" como primeiro passo para a sua ilegalização; ao lado de um aumento e maior empenho nos mecanismos da transparência e de combate à corrupção, que sem demagogia barata ou populismos desnecessários vá criando nos agentes do fenómeno da corrupção - activos e passivos - e na generalidade das pessoas um sentimento diferente daquele de impunidade que ainda hoje, como se vê, continua a imperar.

Os Açores não são diferentes da Madeira e é óbvio que não pode haver dois pesos e duas medidas consoante esteja em causa um ou outro dos arquipélagos. Cavaco Silva já se viu que sofre de um complexo autonómico (de outros também) em relação aos socialistas açorianos, que não encontra correspondência nas suas declarações e tomadas de posição sobre o que se vai passando na Madeira, mas é de todo inaceitável que gente com responsabilidades executivas esteja pronta para contemporizar com o discurso de Carlos César. É que é tão mau este discurso quanto o daqueles que esquecem ou silenciam o que diariamente ocorre na Madeira, como o que ainda recentemente ocorreu com o "perdão" aos milhões generosamente distribuídos pelos partidos políticos da região.

Mais do que punir a corrupção, e puni-la de forma exemplar, tarefa que terá de continuar reservada aos tribunais se quisermos ser um Estado de direito, começa ser imperioso "punir" a chico-espertice. Só que este é um combate solitário travado diariamente e no qual me quer parecer que são cada vez menos os que nele se empenham. Mas esse é também um combate pela cidadania e é nestas alturas em que as convicções tendem a ser ofuscadas pela frivolidade mediática e as necessidades do quotidiano que importa resistir, marcar uma posição, recusar a contemporização, dizer não à complacência.(…)

(adaptado)
Sérgio de Almeida Correia
Dez2010

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